O primeiro mecanismo desencadeador da inveja é a comparação;
A inveja normalmente se volta contra alguém que esteja próximo no tempo e no espaço. Por exemplo, nenhum aprendiz de compositor invejará Mozart;
A inveja se faz mais presente entre coetâneos, pois a grande diferença de idade pode reduzir sensivelmente as probabilidades de inveja;
Enquanto o desejo se dirige ao objeto; a inveja se dirige ao possuidor, por isso se parece tanto com o ódio;
Caracteriza-se por certa complacência ao saber de alguma desgraça que acometeu o outro, ou também certo pesar ao ver ou ouvir contar sua prosperidade;
Propensão a certo silêncio estudado ao conhecer ou ponderar as boas qualidades do próximo;
Tendência a rebaixar sistematicamente os méritos do outro, para poder assim mascarar sua inveja, interpretando-a como um justo protesto diante do imerecido prêmio recebido por seu opoente;
Tem o juízo alterado e entende as coisas ao revés: “Choram quando os demais riem, e riem quando os demais choram”;
Sempre se apresenta reticente em louvar as qualidades do próximo;
Experimenta dois tipos de ódio. Odeia o invejado por não poder ser como ele, odeia também a si mesmo por ser como é;
Quanto mais atenção ou favores o invejoso receber do invejado, mais forte será o desejo de eliminá-lo, pois a dádiva o recordará que está em estado de inferioridade;
O invejoso é autodestrutivo, pois quando não consegue destruir o outro, dirige contra si mesmo parte desse ódio agressivo. Seu lema bem poderia ser: “Prefiro morrer antes que te ver feliz”;
O invejoso prefere que o bem seja destruído, antes que o possua o outro (convém recordar o fato ocorrido com Salomão e as duas mulheres que afirmavam serem a mãe de uma mesma criança);
Quem inveja nunca descansa, nem sequer a expropriação forçosa da fortuna do outro não logra apagar sua inveja;
O invejoso tende a semear divisões, não somente entre estranhos, mas até entre a sua família (recorde-se a história de José do Egito);
Excita sentimentos de ódio, fala mal do invejado, o calúnia, o desacredita e lhe deseja mal;
O invejoso é levado a conquistar imoderadamente as riquezas e as honras com o intuito de sobrepujar aqueles de quem tem inveja;
Em sua alma não há paz nem sossego, enquanto não consegue eclipsar ou dominar os próprios rivais. Como é muito raro que consiga alcançá-los, vive em perpétuas angústias;
O invejoso necessita da confirmação dos demais, como ocorre com o vaidoso e outros tipos de inseguros;
O invejoso não se atreve a confessar que sente inveja, mais facilmente reconheceria que está irado, que odeia ou inclusive que teme, pois tais paixões são menos vergonhosas e iníquas. Por isso está condenado a fingir sempre;
Tristeza e pesar, ódio e rancor, cólera e maledicência são alguns dos companheiros inseparáveis da inveja;
O invejoso se difere do orgulhoso, entre outras razões, porque este não teme seus rivais e acredita ser insuperável;
Costumam usar métodos vis, por exemplo, escrever cartas ou fazer telefonemas anônimos para denegrir o invejado, quer no ambiente de trabalho, quer na sua família;
Exaltação de si mesmo com elogios excessivos das suas possíveis qualidades, procurando sempre diminuir os outros pela crítica maledicente;
Arrogância com as pessoas pressupostamente inferiores a ele e dificuldade de aceitar as pessoas com dotes superiores.
(Inácio Almeida)
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